VIVER NA GRAÇA É VIVER EM DEUS
Por Luiz Augusto de Queiroz

A Graça tem sido o tema maior de nossa busca
espiritual na Casa de Padre Pio. Viver em
Deus, esse é o lema da nossa Casa querida,
que queremos também que seja escola !
Sem fechar definições para o que seja Graça
– e já temos visto e estamos vendo em artigos
de companheiros nossos o quão ricos e multifacetados são os conceitos atrelados a esta palavra tão bela e simples – poderíamos dizer que Viver em Deus é viver na Graça !

Entretanto, a conceituação de Graça nos foge teimosa ao intelecto. Como substantivo, possui uma substância de riqueza infinita; singular, pode ser pluralizada em “graças” que ansiamos receber, esquecendo de pedir e tantas vezes de agradecer.

Mas, quando falamos em Viver na Graça,
referimo-nos ao encontro com o Estado Divino
primordial, o Deus em Nós, oculto em nosso íntimo pela fragmentação egoica, daquilo que não
pode em verdade ser fragmentado. Esse estado
nos faculta, mesmo quando somente pressentido
numa libertação de uma série de “cadeias
de eventos” que nós mesmos (EGO) criamos na
aurora dos tempos. Essa cadeia complexa, não
linear de ações e reações, estruturada numa lei
de julgamento, fez surgir os universos e os seres
(entre eles nós !) que vivem sob o jugo pesado
do EGO; e onde tudo o que é semeado é colhido
ceitil por ceitil, na dualidade do conhecimento
do BEM e do MAL.

Se, após pressentido o estado da Graça, buscarmos intensamente nele adentrar, penetrar para, enfim, Nele viver plenamente, vamos aos poucos recuperando a condição primordial que nos unifica ao Mistério do Divino. Com isso, reconstruímos o universo particular em que vivemos e vamos nos tornando canais para que esse universo vá se expandindo em todas as direções, afetando outros seres. O estado da graça, uma vez alcançado, nos liberta da fieira de ações e reações expressas nos diversos espaços-tempo (físicos e ultra-físicos), significando que vão desaparecendo de nossas vidas todo tipo de reflexo que criamos no passado; e, como esses reflexos são em sua maioria expressos sob a forma de dor, doenças, sofrimentos, carências, mágoas e ódios, isso significa que nossa vida vai sendo recriada por nós próprios, herdeiros do Divino que somos.
Só que a Graça (ou o Estado da Graça), para
ser pressentido e alcançado, demanda um esforço de nossa parte, pois sem trocadilhos, a Graça não é gratuita ! Esse “esforço”, entretanto, não custa muito esforço. O Cristo em Jesus nos deu um roteiro seguro e luminoso, ainda que tão mal interpretado para chegarmos lá. Vejamos:


O Amor cobre a multidão dos pecados;
A quem muito ama muito se perdoa;
Perdoai para que o Pai perdoe as vossas ofensas;
Orai pelos vossos inimigos e pelos que vos odeiam;
Não julgueis para não serdes julgados.


É tão clara a proposta ! Se fizermos assim, o Senhor nos encontra e habita em nós e nós Nele, de tal modo que a multidão dos nosso pecados (ou karmas) é fulgurada pelo fogo do Espírito. Mas, devemos nos movimentar para sacudir a poeira dos hábitos e condicionamentos milenares que nos fazem seres automáticos, a reagir sem parar, devolvendo na mesma moeda ou de forma mais intensa tudo o que nos ofende ou magoa. Julgando, criticando, condenando e depois, numa atitude totalmente insana, esperando receber da Vida, abundância, compreensão, saúde e felicidade, enfim !

O primeiro “insight”, quando pressentimos
a Graça, é perceber que temos sido loucos adormecidos ! Feito esse esforço, as respostas chegam, os olhos se abrem. Temos que ter a coragem de estender a mão direita e doar, sem que a mão esquerda, viciada pelo ego, que só quer receber para si, saiba e nos impeça pelo medo da perda de doar. Se fizermos dessa forma, a vida se encarregará, seja pela lei do karma ou, quando tivermos o Amor como base de tudo, pela LEI DA GRAÇA, de fazer a mão esquerda receber tudo o que sempre foi nosso, e que a ilusão da separação (o pecado original) nos fez esquecer e, em seguida, perder.

Viver na Graça é viver em Deus !

Luiz Augusto de Queiroz

Postado por Casa de Padre Pio, Essência da Luz, Dezembro 2009 – Janeiro / Fevereiro 2010 n° 09
Fonte: http://casadepadrepio.blogspot.com/

Muita Paz e Luz.

Um beijo no coração de todos.

José Eduardo Antonio de Mattos