O APRENDIZ
Jesus disse:...aprendei comigo que sou manso e humilde de coração.
Ao afirmar “eu sou” Jesus mostra que essas virtudes são
interiorizadas em Si mesmo, por isso é capaz de vivenciá-las
plenamente. Isto mostra que o aprendiz, para vivenciar essas e todas
as virtudes inerentes à capacidade de amar precisa eliminar os
três níveis de ignorância: o não saber, o
não sentir e o não vivenciar.
Vencer o não saber é bastante fácil. Basta ler
e estudar, ou seja, aprender as lições deixadas por Jesus.
Mas não adianta saber, é preciso também compreender
a lição com o coração, ou seja, sentir e,
depois, exercitar várias vezes para interiorizar o saber. Só
assim a pessoa passará a ser: sou manso, sou humilde, sou...
Entretanto, essas virtudes estão inerentes À pessoa humana
já que seu Espírito origina-se À semelhança
de Deus. Portanto, o eu interior, ou self, de todos os homens possui
todas as virtudes inerentes ao amor em estado latente, necessitando
apenas exercitá-las para que se desenvolvam. A essas qualidades
do ser, ou self, a psicologia transpessoal denomina o ser essencial
ou casual. É o nosso Eu Superior Profundo. É a essência
divina que todos nós somos. Originam-se no ser essencial todos
os sentimentos nobres: a bondade, a fraternidade, a tolerância,
a solidariedade, a compaixão, a ética, a justiça,
a amizade, a auto-estima, a honestidade...
O Ego é a camada de ignorância que envolve o Ser Essencial
e onde estão gravados todas as vivências equivocadas e
seus respectivos sentimentos: desamor, egoísmo, vaidade, intolerância,
ansiedade, angústia, crueldade...
O Ego é o nosso eu inferior ou eu menor. Todas as experiências
que se originam no desamor mostram a ausência do valor essencial
correspondente. O vocábulo ego se origina de egoísmo,
sendo essa energia originada do desamor a formadora dos sentimentos
negativos. São as negatividades do ego.
Mas o ego disfarça esses sentimentos, mascarando-os. São
as máscaras do ego, utilizando os mecanismos de defesa ou fuga.
Essas máscaras têm origem nas energias do pseudo-amor;
o indivíduo consciente ou inconscientemente, demonstra sentimentos
aparentemente positivos. Se observamos esses sentimentos superficialmente,
temos a impressão de que são reais, mas se analisados,
profundamente, notamos que são falsos: perfeccionismo,marítimo,
auto-piedade, puritanismo, pseudo perdão... Essas máscaras,
quando muito valorizadas, levam ao afastamento do ser essencial, afastar-se
de si mesmo, o que chamamos incongruência, pois confundem o indivíduo
com o seu ser essencial. Ao cultivar esses valores falsos o indivíduo
cristaliza os sentimentos correspondentes. São sintomas característicos
dessa disfunção a depressão e todas as doenças
psicossomáticas.
O aprendiz da sabedoria de Jesus é responsável por suas
ações. Quando essas ações estiverem equivocadas,
devem ser compreendidas como produto de nossa ignorância, precisando
ser modificadas com suavidade e leveza, para existir correção.
Sendo mansos, aprendemos a não condenar. Essa é a atitude
do verdadeiro aprendiz.
Isis Lyrio de Escobar Fagundes.
Postado no Jornal Católico Estado do Rio de Janeiro –
Unidade – Outubro - 2010
Muita Paz e Luz.
Um beijo no coração de todos.
José Eduardo Antonio de Mattos
Angela Maria de Aquino Mattos