O APEGO GERA VIOLÊNCIA
Por Padre Roque Schneider


Quem se apega e apropria
Carrega um potencial
De agressividade.
Violência é ruído
Na comunicação interpessoal
E na vivência da caridade.

Costumam ser agressivos, velada ou abertamente, todos aqueles que se apegam a um objeto, aos seus utensílios, a seus pertences ou a alguma pessoa. Qualquer ameaça de roubo, de apropriação, de sombra, de ataque.
As rivalidades, as intrigas, os sectarismos, as invejas, as fofocas, as represálias, as guerras, os ressentimentos, as acusações são filhos enjeitados do apego, do ciúme, do instinto de possuir, reter, guardar para si, com exclusividade.

Apego, ciúme e possessão geram violência. Essa violência tão universal, que dilacera a humanidade, que ensangüenta os campos de batalha, que joga irmãos contra irmãos dentro do mesmo lar, que joga amigos contra amigos, dentro de uma comunidade.
Quando me apego a uma pessoa, quero tê-la só para mim.
Quando me agarro a um objeto, defendendo-o a todo custo.
Quando me obstino numa ideologia, reajo violentamente contra aqueles que discordam de mim.
Quando me sinto ameaçado em minha ambição, em meus projetos, em meus planos, em meu prestígio pessoal, viro animal ferido, vingativo, ameaçador.
Quando dois orgulhosos se encontram, um grito de guerra reboa.
Quando dois egoístas se entrechocam, ocorre sangue pela arena e voam estilhaços pelo ar.

Francisco de Assis, homem de silêncio e oração, colocou o dedo na ferida:
onde há propriedades, nasce a violência,
assassina da paz fraternal.
Quem se apega e apropria
Carrega armas, pela existência,
É agressivo, em potencial.


Padre Roque Schneider


É padre jesuíta há 39 anos, formado em Letras Clássicas, Filosofia e Teologia. Autor de mais de 150 títulos publicados, alguns deles traduzidos na Colômbia, Argentina, Chile, Venezuela, Paraguai e EUA, atuou como diretor da revista "Mensageiro do Coração de Jesus" e foi secretário nacional do Apostolado da Oração. Atualmente é apresentador do programa "Momentos de Reflexão", na Rede Vida.


Muita Paz e Luz.
Um beijo no coração de todos.
José Eduardo Antonio de Mattos
Angela Maria de Aquino Mattos