ESPIRITUALIDADE E VIDA

A sabedoria de conhecer a si mesmo, através de seus relacionamentos.
Por Danielle Monjardim

Sócrates, filósofo grego visto como o homem mais sábio de sua época, disse certa vez que o conhecimento de si mesmo era a chave para a libertação de todos os males.

Muito se fala em reforma íntima, em autoconhecimento, em transformação moral, e fica-se, então, preso à seguinte questão: como iniciar o processo? Por onde começar? Como fazer? A Sabedoria Divina nos instrumentaliza com tudo que precisamos para progredir na vida em todos os sentidos e direções. A qualidade de nossos relacionamentos e a forma que escolhemos para interagir uns com os outros são a nossa fotografia moral.

Os nossos conflitos de relacionamentos, em geral, retratam nossos conflitos íntimos, muitas vezes inconscientes. Nossa dificuldade em dialogar uns com os outros revela muito do diálogo interior que travamos diariamente conosco: cheio de culpas, recriminações, fuga de responsabilidades pela qualidade de nossa vida.

Agressividade, melindres, discussões, ironia e padrões de controle são pistas importantes em relação ao que precisamos modificar em nós.

Se alguém nos irrita, fere, atinge, desrespeita, ao invés de atribuirmos responsabilidade para os outros daquilo que permitimos que nos aconteça, temos que procurar em nós mesmos o que precisa ser modificado para que aquela situação não mais ocorra. É dessa forma que conquistamos sabedoria para viver. É assim que evoluímos em níveis de consciência e saímos dos padrões de comportamento automáticos, repetitivos, cristalizados.

Pois uma coisa é certa: o problema que precisamos encarar com coragem nunca está no outro! Está em nós. Ainda que o outro desperte em nós emoções e sentimentos que julgamos inadequados, como raiva, impaciência, inveja, ciúme, intolerância, não podemos alimentar a ilusão de que nessas situações o problema é
do outro: as emoções são nossas! Em nós está também a solução. Essa é a verdadeira reforma íntima. Ela ocorre quando validamos o que estamos sentindo, admitindo a existência em nós de emoções que nos fazem mal, buscamos suas causas e procuramos transformar, reformar, dar uma nova forma ao que se passa em nosso mundo íntimo.

Facilita-nos muito o autoconhecimento quando identificamos no outro aquilo que nos incomoda, pois esta ocorrência sinaliza que trazemos igual porção em nós, ou até maior. Vemos com facilidade o argueiro nos olhos do outro, mas não vemos a trave que está em nosso próprio olho.

A Psicologia chama isso de projeção. Projetamos no outro o que não queremos ver em nós.

Novamente, se tivermos olhos de ver, ao invés de julgarmos o outro e nos afastarmos dele, devemos assumir a postura de aprendizes perante a vida e aproveitar a oportunidade para diagnosticar como tal padrão também se manifesta em nós.

Compreendendo a manifestação desses padrões de comportamento, sentimentos, emoções em nós, admitindo a sua existência, ao invés de negá-los, teremos dado um passo importante, pois só podemos modificar aquilo que admitimos que existe no nosso mundo íntimo. Enquanto negamos a existência, caminhamos através da ilusão.

Outro importante passo para compreendermos nossos comportamentos é identificar a raiz de sua manifestação: como e quando agimos de determinada forma, o que existe por trás de nossas reações? Essa percepção nos fará ficar alertas e, assim, procuraremos agir, ao invés de reagir. Dessa maneira ocorre o processo de auto-educação de sentimentos e emoções.

Somos responsáveis perante a vida pelo que somos, pelo que fazemos, pelo que sentimos e pelo que despertamos no outro a partir da emissão de nossas próprias vibrações.

O poder de transformar o mundo em que vivemos em um mundo melhor reside em cada um de nós, a partir da nossa própria transformação.

Esperar que o outro mude, que algo aconteça de forma exterior para então ensejar esse processo, é permanecer na ilusão e adiar a oportunidade de começar a trilhar agora o caminho para a conquista da paz, da alegria, da felicidade, que não vem de fora, mas está dentro de nós mesmos.

“Conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres”. A verdade que liberta parte do conhecimento de si mesmo. Conhecendo-nos, aceitando-nos, transformando-nos, entraremos em contato com nossa divindade e irradiaremos luz.

Já somos luz.

Temos que desenvolver nossos “olhos de ver”.
Por Danielle Monjardim

Postado no
Essência de Luz
Associação Espiritualista Holocêntrica Cultural e Assistencial - Padre Pio de Pietrelcina
Rio de Janeiro:: setembro / outubro 2009 :: nº 08
Casa de Padre Pio
http://casadepadrepio.blogspot.com/


Muita Paz e Luz.
Um beijo no coração de todos.
José Eduardo Antonio de Mattos
Angela Maria de Aquino Mattos