A SABEDORIA DE NÃO JULGAR


Preleção do Grão Frater Yahin de Bethlem no transcurso da Sessão de PHATAE em 19 de dezembro de 2009.

SEXTA-FEIRA, FEVEREIRO 05, 2010
A Sabedoria de Não Julgar

Hoje, o objeto de nossa meditação será o julgamento ao próximo e como essa prática influencia a nossa vida. Como a Bíblia já nos ensina através do Evangelho de Lucas - “Não julgueis e não serás julgado; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados” - o julgamento, a condenação e o perdão obedecem à lei do retorno e voltarão para nós assim como nós os emitimos. Podemos observar também que o ato do julgamento e da condenação não é aprovado, mas sim o perdão.

Quando julgamos as atitudes do próximo não estamos em um estado de evolução tão alto o quanto pensamos estar; apenas nos colocamos em um pedestal de pretensão e imaginamos estar acima de todos. Porém, paremos para refletir... Que divindade nos delegou essa missão, se todos os Mestres nos ensinam a não praticar essa ação?

Cada um julga com os elementos que possui, quanto mais somos ignorantes, menos elementos possuímos para julgar algo ou alguém, e quanto menos elementos possuímos, mais rápidas e absolutas são as nossas conclusões. Ao contrário, quem possui mais conhecimento, sabedoria e, com isso, mais elementos para julgar, não chega a conclusões simplistas, rápidas e absolutas. Logo, quem mais se aproxima da verdade é quem julga lentamente, sem absolutismo, sem emoção, mas com profundidade.

Então, quem julga lançando seu julgamento sobre os outros, em última análise julga a si mesmo e com seu julgamento se revela. Pelo fato de não podermos julgar senão conforme nosso tipo de pensamento e natureza, com o nosso julgamento são descobertos nosso pensamento e nossa natureza. A melhor maneira de se chegar a conhecer uma pessoa é a de observar os seus julgamentos a respeito dos outros. Quando alguém cai na ilusão de supor que, julgando os outros, está assim pondo-os a descoberto e colocando-se acima deles, na realidade apenas se está submetendo a julgamento, descobrindo-se e mostrando a todos seus próprios defeitos. Assim como diz Mateus em seu Evangelho – “Porque com o juízo com que julgardes, sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós”.

Aproveitemos então o tempo que desperdiçamos em julgar os outros para melhorarmos a nós mesmos. Por exemplo, toda vez que você se perceber irritado ou zangado com alguém, não contemple a pessoa, mas a si mesmo. Deixe aflorar em seu coração apenas o sentimentos de misericórdia e compaixão, procurando auxiliar, caso seja possível, mas nunca julgá-la.

Que nossas vidas sejam repletas dos sentimentos de compaixão, misericórdia e sabedoria para não julgarmos mais. Que assim seja.

Preleção do Grão Frater Yahin de Bethlem no transcurso da Sessão de PHATAE em 19 de dezembro de 2009.



"Se queres ser um homem deveras sábio, esquece os relatos vulgares, recita uma história edificante". [RUMI]
INSTRUÇÕES
Não ansieis demasiado por "instruções". Sempre tereis as de que necessitardes, à medida que as merecerdes, porém não mais do que as merecerdes e puderdes assimilar. [Mestre Kuthumi]

http://ceu-namaste.blogspot.com/2010/02/sabedoria-de-nao-julgar.html
Muita Paz.
Um beijo no coração de todos.
José Eduardo Antonio de Mattos
Angela Maria de Aquino Mattos